quarta-feira, 27 de julho de 2011

CLAUDIONOR FONTINELLI, O SHOW MAN DO MMA BRASILEIRO ESTA DE VOLTA



O vale-tudo no Brasil é recheado de histórias curiosas e de superação. Um dos grandes protagonistas nos dois sentidos é Claudionor Fontinelle, que retornou aos cages no Clube da Luta, no último dia 20, perdendo numa decisão polêmica para Kell Santos. O showman, no entanto, tem muito a comemorar: fez um dos melhores combates da noite, foi muito elogiado, e, mais importante, voltou a competir depois de três anos na prisão.

Em entrevista ao PVT, Fontinelle relembra histórias marcantes da carreira, como quando lutou contra Anderson Silva e quando lutou num campo de futebol, desafiado pelo maranhense Holyfield. Além disso, ele conta como conheceu Georges St-Pierre no Canadá.

Confira abaixo o super bate-papo com a fera, que promete mais shows para a galera, e uma galeria com fotos de sua carreira.

PVT: Acredita que ganhou essa luta contra o Kell Santos?

Fontinelle: Sim, mesmo que tivessem dado empate no primeiro round... mas eu nocauteei o cara, apontei o atleta no chão e o árbitro ficou parado, me olhando, e quando fui finalizar a luta ele separou antes do gongo. Para mim, venci a luta, acho que nocauteei, e o árbitro deveria ter interrompido, prezado pela integridade física do meu adversário, que estava desacordado. Vai que dou um soco forte e ele morre? Tem que botar juízes profissionais, porque ali dentro estão seres humanos, que estão lutando pelo seu espaço, independentemente de serem adversários ou não.

Você reclamou de um golpe na garganta. Como foi?

Tomei um pancadão no gogó no primeiro round que quase fui parar no hospital... não conseguia me manter em pé direito, e parecia sem gás, mas era isso, nem saliva e água eu conseguia engolir. Mesmo assim mantive a pressão porque pensei: “eu treinei pra isso”, e fui até o final. Queriam colocar mais um round, mas assinei para dois de cinco minutos.

Como foi se preparar para essa luta, depois de ter ido até mesmo preso? Treinava no presídio?

Eu fiquei quatro anos sem lutar, sendo 3 anos e 2 meses preso. Lá dentro eu treinava sozinho num quarto, fazendo movimentação, e técnicas com a sombra, só pra não perder a forma. Depois que saí, treinei oito meses, fiquei me preparando psicologicamente para superar tudo isso e entrar com a mente vazia no octagon.

Você levou um cartão amarelo porque acertou o cara quando ele estava em quatro apoios. Foi o fato de ter ficado tanto tempo sem lutar?





Eu estava há quatro anos sem lutar, e se errei foi por causa disso, não fiz por mal. Não vi se o cara estava de quatro apoios, ele é bem alto e não reparei nele colocando a mão no chão. Acabei levando o cartão amarelo, mas depois ganhei o segundo round.

Relembre para os leitores de suas lutas mais memoráveis, como contra o Anderson, e a luta no campo de futebol...

Já enfrentei Rei Zulu, Anderson Silva, Parázinho, Diabo Louro, um dos caras mais duros que já vi. No campo de futebol foi uma luta sem protetor bucal, sem luva, sem nada, me falaram que eu tinha 10 minutos para nocautear o cara, o Holyfield, mas ele suportou muito bem os socos e joelhadas e terminou empatado. Ele desafiou todo mundo lá, Rei Zulu, Zuluzinho, e ninguém quis lutar... ele viu que eu tinha ganho o cinturão no Canadá e me desafiou, disse que eu era o único do nível dele.

E no Canadá você conheceu o Georges St-Pierre, não foi?

Ganhei um cinturão lá quando ele ainda tinha 17 anos, era um garoto, deu um treino comigo lá e levou o cinturão pra dentro do ringue, na luta contra um americano. Tenho isso gravado e tudo. Ele dizia que queria ser campeão como eu, e hoje é um grande campeão. É um cara que admiro bastante.

Quem é seu lutador preferido?

Meu lutador preferido é o Anderson Silva, que já lutou comigo e hoje somos companheiros de treino. É um grande amigo, que me deu muita força e incentivo para voltar. Ele não é apenas um lutador, é um ser humano, um cara que entende você, e que me estendeu a mão e abriu os braços para me acolher. É um irmão.

Essa é sua categoria? Não pensa em descer para 70kg?

Meu peso é 70kg, mas fiz essa luta para reestrear. Estou com 76kg agora e desço para 70kg fácil. Vou para uma categoria melhor, sim, até porque quando estreei no vale-tudo tinha 62kg.

Quer deixar uma mensagem pra galera e para os promotores de evento?

Podem me chamar para lutas até 70kg, que Fontinelle lutando é certeza de show. Sou um cara que sempre busca o nocaute, ganhei 70% das minhas lutas assim, e busco sempre dar show pra galera, tanto a minha quanto o público em geral. Faço o que o povo gosta, com muita trocação, agressividade e disposto sempre a lutar. Deixei um pouco a desejar nessa luta, mas foi por causa da pancada que levei na garganta.

Colaboração: PVT e Marcelo Alonso

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