domingo, 22 de janeiro de 2012

FORÇA, HONRA E MMA, BOPE LANÇA SUA EQUIPE


Rio - Força, honra e MMA. Com a cultura de luta pela paz tão patente, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar se aproxima dos principais atletas de combate do País e leva a disciplina ‘caveira’ para dentro do octógono. Essa mistura motivou a tropa de elite da PM a preparar uma equipe com 10 atletas para competir em eventos do esporte que mais cresce no mundo. É o Bope provando que, realmente, é osso duro de roer nas artes marciais mistas.


O que era forma de condicionamento físico para os policiais se transformou em paixão. Tanto é que muitos são graduados em jiu-jítsu, muay thai e luta livre. Foi assim que a doutrina ‘caveira’ casou com o MMA. Mas a ideia de formar uma equipe de lutadores surgiu quando dois policiais participaram, em agosto, de uma edição do campeonato Shooto realizada no quartel do Bope.

“Temos uma equipe com 10 pessoas, entre professores e lutadores, e buscamos talentos com seletivas internas. Não fique espantado se logo colocarmos um atleta no UFC”, sonha o major Maurílio Nunes, 33 anos, faixa azul de jiu-jítsu e colaborador da equipe.
Precursor em levar o MMA para dentro do quartel, o cabo André Felix, 36, é graduado em três estilos de luta e já se prepara para um novo Shooto, no dia 25 de agosto.
“Tudo começou comigo, em 1998, quando era instrutor de luta do Bope, mas já treinava MMA com o Rodrigo Minotauro. A partir de 2000, com a ajuda dele, levei as técnicas do esporte para o batalhão e deu certo”, frisa, satisfeito pelo golpe de mestre.
Com a unidade completando 34 anos quinta-feira, policiais do Bope comemoram mais que um aniversário e, sim, uma nova cultura de modalidade associada à garra do policial. “Ser do Bope ajuda na hora do combate, pois nossos lutadores se transformam em verdadeiros leões na hora da luta”, diz Félix, que, com o soldado Cristiano Gonçalves, desponta entre os caveiras.
Se hoje o Bope surge como uma promessa no MMA, isso se deve ao empenho de profissionais gabaritados que lá estão e ao apoio de lutadores de renome. Técnico do lutador José Aldo, André Pederneiras deu uma mãozinha na hora de selecionar os melhores combatentes, e Rodrigo Minotauro doou R$ 7 mil para construção do tatame da corporação.
“Todos deram sua contribuição”, revelou o cabo Félix. O dojô (local de treino) do Bope foi batizado com o nome de ‘Irmãos Nogueira’ — referência aos irmãos Minotauro e Minotouro). Dali, sairão campeões nos moldes do ‘Fight for the Troops’, evento realizado pelo UFC nos quartéis americanos e que terá o modelo importado. “A ideia é a mesma, com a integração social e arrecadação de renda em eventos de luta para policiais acidentados”, conta o major Nunes.
Tropa fez segurança de José Aldo
A relação entre lutadores de MMA e o Bope é estreita e pôde ser vista na segunda passagem do UFC pelo Rio de Janeiro. No dia 14, José Aldo foi escoltado por homens da Tropa de Elite da PM após nocautear Chad Mendes e manter o cinturão dos penas do Ultimate. Aquilo foi homenagem do Bope a José Aldo, que constantemente ministra cursos aos PMs.
“Após o Shooto de 2011, os laços com a academia do André Pederneiras e com o Aldo se estreitaram. O lutador vai no batalhão direto, dá instrução de curso, além de ser gente boníssima. Por isso resolvemos homenageá-lo na saída do octógono”, afirma o major Nunes, que participou da segurança do UFC e desfilou com Aldo ao fim do evento.
“Devemos muito ao José Aldo e ao mestre dele, o Dedé. Eles nos ajudam na troca de informações e nos treinos que fazemos na Academia Nova União. Não podemos esquecer também de Anderson Silva e Minotauro, que sempre nos ensinam muita coisa”, agradece o cabo Félix.
Colaboração: O Dia

Nenhum comentário: