sábado, 28 de janeiro de 2012

SONNEN SOLTA A LÍNGUA MAIS UMA VEZ


O personagem é falastrão, polêmi­co, engraçado e provocador. Além de um lutador competente de MMA (artes marciais mistas), o americano Chael Sonnen, 34 anos, carrega deliberadamente os adjetivos acima em sua persona. Um gangster, de West Linn, Oregon, como o próprio se autoproclama.
Ao atuar, desagrada a milhões, encanta a alguns e entretém ou­­tros milhares. Na madrugada deste domingo, em Chicago (EUA), Son­­nen sobe novamente ao seu principal palco – o octógono do Ultimate Fighting Championship (UFC). O peso médio (até 84 kg) en­­frenta o inglês Michael Bisping, ou­­­­tro atleta entre os mais odiados. Em jogo, no UFC on Fox 2 a chance de disputar o título da categoria contra o brasileiro Anderson Silva, em junho, em São Paulo.
Inteligente e com formação em sociologia, o americano sabe promover seu show. Em várias oportunidades, no entanto, ultrapassa o limite do bom-senso, principalmente quando fala de maneira pe­­jorativa do Brasil e de seus lutadores. Tudo premeditado. Ele não mede consequências para ter a re­­vanche de agosto de 2010, quando o curitibano finalizou o rival com um triângulo no último round, após quase cinco assaltos em am­­pla desvantagem.
Depois daquele combate, Son­­nen ainda foi pego no exame antidoping, ficou um ano suspenso do UFC e também foi acusado de lavagem de dinheiro pelo governo dos EUA. Nem isso o acalmou. Voltou melhor do que nunca contra o Briann Stann, em outubro de 2011. E continuou a rotina de provocações.
Chegou a afirmar, inclusive, que nunca mais iria lutar contra An­­derson Silva. Em outro jogo de cena, desafiou os campeões Jon Jo­­nes (até 93 kg) e Georges St. Pierre (até 77 kg).
Por último, apareceu na coletiva de imprensa da última quinta-feira carregando o cinturão de cam­­peão. O modelo, entretanto, não passava de uma cópia vendida como souvenir na internet.
“É meu cinturão, dormi com ele na última noite”, garantiu Son­­nen, dono de um histórico de gran­­des resultados no wrestling (luta olímpica).
“Vocês estão olhando para o re­­flexo da perfeição, aquele que tem toda sua atenção. Estão olhando para o homem com os maiores braços, com o maior charme. O ho­­mem que, em Chicago, vai causar muitos danos naquele que está ali ao lado [Bisping]”, continuou, ri­­mando como se fosse um rapper.
“É claro que ele é o melhor, é o Muhammad Ali, é o campeão e tu­­do mais. E eu sou só um cara da Inglaterra tentando lutar. Que chance tenho?”, ironizou Bis­­ping, que apesar de ter somente três derrotas na carreira, é cotado como grande azarão pa­­ra a disputa. Anderson Silva não vai perder esse duelo.
Colaboração: Gazeta do Esporte

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