Desde então, Glover venceu todos os 10 combates que disputou no Brasil, currículo que o alçou à maior promessa do MMA nacional e acelerou inúmeros convites para lutar nos principais eventos de artes marciais do mundo.
- Sou do interior de Minas, de Governador Valadares, e lá é normal ir para os EUA assim, é rotina. Fui para Colômbia, depois Guatemala e depois para o México, sempre de ônibus. De lá eu caí para dentro da fronteira de noite.
Apesar de mudar radicalmente o rumo da vida de Glover, o período de ilegalidade na América teve um preço. Mesmo casado com uma americana, o lutador foi obrigado a se retirar do país para que entrasse com um pedido de legalização do visto, condição básica para que um competidor participe do UFC.
- Fui para lá sem falar inglês, para trabalhar mesmo. Acabou de conheci uma academia de boxe e depois fui treinar jiu-jitsu. Gostei e em um ano fui lutar MMA. O problema é que quando eu ganhei umas lutas e foram falar com o Joe Silva [responsável por casar as lutas no UFC], vi que teria que me legalizar, por isso voltei.
O surpreendente talento aliado à costumeira dedicação rapidamente renderam um convite para treinar com Chuck Liddell na Califórnia, campeão dos meio-pesados (93 kg) na época e maior ícone do esporte até então.
Atualmente, mesmo com a brusca mudança, sua estrutura continua de altíssimo nível. Entre os treinadores, nomes como Pedro Rizzo e Dedé Pederneiras, ex-atletas do UFC que hoje coordenam os treinos de Anderson Silva e Zé Aldo, respectivamente.
Talvez ajudado por esses grandes nomes do esporte que o rodeiam, ou até mesmo pelo crescimento desenfreado de popularidade do MMA no país e no mundo, Glover, finalmente, conseguiu regularizar sua situação com o Consulado e só espera um convite para realizar o sonho de competir no octógono do UFC.
- Fiz a entrevista e deu tudo certo. O visto ainda não está na mão, mas deve chegar em 10 dias úteis. Acho que em março eu já estarei pronto para lutar no UFC, e vou ligar para os contratantes para ver se há interesse. Essa é minha meta, com certeza.
Aos 32 anos e aparentando não se importar com o tempo perdido até que sua carreira internacional pudesse tomar vida, o mineiro de fala mansa deixa claro que sua agora chegou.
- Foi difícil, mas aconteceu desse jeito, não posso reclamar. Por um lado isso tudo me ajudou, porque peguei muita experiência de luta. Agora vamos ver agora como vai ser. Com certeza estou preparado.
Colaboração: R7
Foto: Sherdog
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