Canadense, descendente de egípcio, Ariel Hewani decidiu, aos 19 anos, que queria ser jornalista. E rumou para os Estados Unidos para cursar a conceituada Universidade de Syracuse, conhecida por ser um celeiro de grandes esportistas. Não poderia ser diferente seu caminho, ainda mais sendo sobrinho de um judoca olímpico.
Sete anos depois, em 2007, já diplomado, ele criou um blog sobre MMA, sua paixão de longa data. “Me dei seis meses para ser notado e ter um trabalho maior. Quase no fim desse período, recebi uma oportunidade, e segui em frente. Hoje estou no MMA Fighting e na NBC Sports”, revelou em entrevista exclusiva ao PVT.
Em 2010, Ariel Hewani foi eleito o melhor jornalista de lutas, e ganhou repercussão mundial. Hoje é um dos jornalistas de confiança do presidente do UFC, Dana White. “Dana viu que trabalho duro, sou profissional, e que não sou simplesmente um fã que quer ser jornalista para ficar ao lado dos atletas. Ele me respeita muito e agradeço pelo acesso que concede”, comentou.
Sobre o prêmio, concedido pela maior revista de lutas do mundo, a Fighters Only, ele prefere não falar muito. “Foi uma honra e até certo ponto constrangedor, porque existem muitos bons jornalistas e não sei se sou o melhor. Talvez me vejam o melhor porque me veem sempre em vídeos. Foi legal por ter sido uma votação do público. Mas acho que o prêmio deveria ser só sobre lutadores, eles que merecem toda atenção. É algo bobo um prêmio para jornalistas”, opinou.
Depois de cobrir diversas edições do UFC, dos Estados Unidos a Abu Dhabi, Ariel Hewani veio pela primeira vez ao Brasil. Ficou encantado com o país, com a realização do show na HSBC Arena, e afirmou que esta foi uma das melhores experiências de sua carreira.
“O UFC Rio foi o melhor que já fui, seja como fã ou jornalista. Isso incluindo jogos de basquete, hockey, baseball... nunca vi nada igual à paixão dessa torcida, foi incrível, abriu meus olhos para o Brasil. Temos eventos especiais do UFC, mas esse foi outro nível, aprendi bastante da cultura local”, destacou.
“A ligação da música do filme Tropa de Elite com o Paulo Thiago e o carinho imenso dos fãs pelo Minotauro foi muito especial. Ouvir as canções da torcida apoiando os lutadores foi uma das melhores experiências de minha carreira”, acrescentou.
O profissionalismo do principal repórter do MMA Fighting é visto até mesmo nas viagens que faz. Turismo? Só se der tempo. “Estive em algum momento na praia de Copacabana, no Corcovado, mas tudo conciliando o trabalho. Quando me mandam em viagem, gosto de produzir bastante, pra fazer valer a pena me mandarem aqui. Não dá pra ser turista”, opinou.
Novidades do UFC no Brasil em 2012
Hewani também falou ao PVT sobre uma conversa que teve com Lorenzo Fertitta e seus planos para o UFC no Brasil em 2012.
“Ele me falou que o UFC superou todas as expectativas, seja de venda de ingressos, de cobertura da imprensa... O Lorenzo disse também que pretendem voltar quatro vezes no ano que vem, mas acredito que venham uma ou duas vezes apenas. Na Inglaterra, às vezes não vão nenhuma vez, e o Brasil vai ter mais que uma, o que é muito bom, porque o país merece”, ressaltou.
“A maneira como receberam o evento foi espetacular. Vimos o Anderson Silva sendo Anderson Silva, terminando a luta no segundo round, o Paulo Thiago ovacionado. Nos Estados Unidos mal sabem quem ele é. Não sei o que seria de algumas dessas lutas lá. Aqui tem a adrenalina, a emoção, a torcida ajudou muito os lutadores a finalizar as lutas”, finalizou.
Colaboração: Portal do Vale Tudo
Marcelo Alonso e Colin Foster
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