Desde 1995 atuando como jornalista de lutas, Manabu Takashima hoje é um dos profissionais mais respeitados do meio, atuando para a conceituada revista Gong Kakutougi. Viu o nascimento, auge e falência do Pride, os momentos ruins e áureos do UFC e de tantos outros lutadores e ídolos brasileiros, como Wanderlei Silva e Rodrigo Minotauro.
No Rio de Janeiro para a cobertura de mais um UFC, e de quebra em sua 13ª visita à Cidade Maravilhosa, viu “a melhor torcida de sua vida”, mas não deixou de dar um puxão de orelha naqueles que atiraram uma revista e copos de cerveja na direção do octagon.
“A melhor atmosfera numa arena que já foi no Tijuca Tênis Clube, em mundiais de jiu-jitsu, mas [na HSBC Arena] foi incrível. É uma torcida que sabe como assistir MMA, quer ver coração, seja em socos ou chutes, querem ver o lutador se entregando. Se não tivessem jogado coisas, a torcida teria sido perfeita. Foi a melhor torcida que já vi, mas algumas poucas pessoas tendo esse tipo de atitudes faz a atmosfera cair. Gostei muito da torcida, mas, por favor, não taquem mais cerveja”, declarou.
Na semana seguinte ao UFC Rio, Takashima foi visitar o CT do Team Nogueira e entrevistar Rodrigo Minotauro, lutador que tantas vezes viu se superar no Japão. E não teve dúvidas em apontar seu surpreendente nocaute sobre Brendan Schaub como o ponto mais emocionante da noite.
“Aprecio muito o Minotauro e não gosto de ouvi-lo falar de aposentadoria. Quero vê-lo lutar para sempre. Ele foi o que mais emocionou no UFC Rio. Digo que o Mino não é só brasileiro, tem coração japonês também (risos). O Brendan Schaub é um ótimo lutador, acertou o Mino uma duas ou três vezes no queixo, mas depois teve o nocaute. Foi emocionante”, lembrou.
Além de Minota, Manabu Takashima tem como ídolos e ícones a família Gracie, principalmente desde que viu Royce e Rorion lutarem. Ele também pede pela volta do Mundial de Jiu-Jitsu ao Brasil.
“Gosto de jiu-jitsu por causa dos Gracie. Ver o UFC pela primeira vez, com um Gracie dentro, mudou minha. Sem ele [Royce] não estaria aqui. Na verdade, não só o Royce, mas Rorion, Rickson, com seu espírito de guerreiro, e todos os outros da família, a nova geração... Roger é um ídolo para mim, e meus três filhos e mulher praticam jiu-jitsu. Já cobrir diversos mundiais, sinto falta do santuário que é o Tijuca Tênis Clube”, ponderou.
Pride não mexe com o coração do jornalista
Manabu Takashima viveu intensamente os dez anos do verdadeiro fenômeno que foi o Pride. Hoje, quase quatro anos depois da venda para o UFC, ele diz que não sente tristeza com o fim do evento e pede uma nova concepção de MMA para o Japão.
“Não me importo com o fim do Pride, não fez o marketing do MMA para o Japão. Era apenas entretenimento com lutadores. Eu apreciava porque assistíamos muitos lutadores diferentes no Japão, mas temos que arbrir os olhos, criar um novo modelo de MMA no Japão, a TV tem que prestar atenção, porque o MMA é muito excitante. É o momento de considerar como esporte no país”, analisou o jornalista.
Mas falar de Pride sem citar Wanderlei Silva seria impossível. Takashima ainda deposita esperanças na volta do Cachorro Louco ao nível que foi visto no Japão. “Gosto muito do Wanderlei da época do Pride, da luta de homens, cara a cara. Mas no UFC o estilo é diferente. Se ele quer ser campeão ou ter sucesso de novo, tem que se reconstruir. E acho que o Rafael Cordeiro é o cara certo para reconstruí-lo”, finalizou.
Colaboração: Portal do Vale Tudo
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