Ricardo Tirloni é considerado uma das principais promessas até 70kg no Brasil e chamou atenção dos grandes eventos com suas 13 vitórias em 14 lutas. Há dois meses ele foi contratado pelo Bellator, onde vai estrear no fim de outubro, contra adversário ainda não divulgado.
Mas, ao contrário da maioria dos lutadores, o atleta da Ataque Duplo teve de fazer um caminho inverso para chegar a um grande evento. Veio de lutas nos Estados Unidos, Porto Rico e Canadá antes de voltar ao Brasil e limpar boa parte da categoria até 70kg.
Em entrevista ao PVT em Florianópolis, Tirloni revelou que já não encontrava mais a mesma motivação para lutar no país e que a ida para o Bellator aparece como um divisor de águas na carreira.
“Eu não tinha esse foco há muito tempo, já não estava mais empolgado de lutar no Brasil. Gosto de grandes desafios e o Bellator vai me proporcionar isso. Estou treinando três vezes por dia e muito motivado pra estrear lá. Faço uma luta casada para tentar vaga no GP e meu foco é todo na vitória, nem penso em derrota. O Bellator é a gasolina a mais que estou precisando. Todo mundo almeja lutar lá fora, eu já fiz isso, e fiz o caminho contrário para voltar aos Estados Unidos”, comentou.
Para Ricardo Tirloni, o mais complicado no Brasil é a necessidade de se montar um cartel amplo, com muitas vitórias seguidas, de forma que o lutador chame atenção dos empresários estrangeiros.
“Aqui você ganha, ganha, ganha, mas uma hora vai perder. É algo natural do esporte, mas se acontece você desce a escada toda. A gente fica receoso às vezes. Já vi excelentes atletas até 70kg lutando, mas acabam perdendo e não conseguem sair. Se for pra perder, que seja num evento internacional, lutando bem, sendo reconhecido”.
A Ataque Duplo começa a se destacar no cenário internacional, com Thiago Tavares no UFC, Tirloni e Nazareno Malegarie no Bellator, além da iminente saída de Santiago Ponzinibbio. A quantidade de talentos faz Santa Catarina aparecer cada vez mais no mapa do MMA mundial.
“Os treinos aqui são excelentes. Temos o Thiago, o Batman, Nazareno, com treinos do Kelson Pinto e do Peu, além da ajuda do Fábio Maldonado que vem aqui de vez em quando. O time é pequeno, mas tem três atletas em eventos internacionais, e o Nazareno já mostrou que podemos estar lá, com o lutão que fez com o Marlon no GP. Vou lá mostrar que podemos estar nos melhores do Bellator até 70kg. Santa Catarina sempre teve grandes atletas de jiu-jitsu e muay thai, mas no MMA não vamos deixar a desejar”, frisou.
Aposta em Ben Henderson como campeão do UFC
A única derrota da carreira de Ricardo Tirloni não é nada do que se envergonhar, já que veio das mãos de Ben Henderson, um dos principais nomes dos pesos leves do UFC. "Bendo" finalizou o catarinense em 2008 com uma guilhotina, e de lá para cá conquistou o título do WEC e está a uma luta, contra Clay Guida, no UFC on Fox, dia 12 de novembro, de desafiar o cinturão do Ultimate. Para Tirloni, é questão de tempo até a conquista do ex-rival.
"Ele passa fácil pelo Clay Guida", prevê. "Estava comentando num seminário que dei que o Henderson é muito louco. Eu o conheci em 2008, quando lutamos no Canadá, e ele é um cara sem emoção, frio, super concentrado e tático. Esperava que a luta contra o Jim Miller fosse ser mais difícil, e o Jim não encontrou nada. O Clay Guida vai tentar botar pra baixo, amarrar como fez com o Pettis, mas não vai rolar. O Henderson é um cara ruim de finalizar. Fiquei 4 minutos e 20 segundos nas costas dele, cronometrado, e não consegui. Ele era faixa roxa, eu preta, e cai na guilhotina dele. Acho que ano que vem ele já conquista o Ultimate".
Colaboração: Tatame

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