Anderson Silva e Rodrigo Minotauro deram show no UFC Rio, e Jorge Guimarães, empresário da dupla, não poderia estar mais satisfeito. Joinha, que atuou como comentarista no UFC Rio, precisou controlar as emoções ao ver seus atletas vencendo na HSBC Arena, mas falou com exclusividade à TATAME sobre os triunfos dos ídolos, analisou o nocaute de Minotauro, o novo show de Anderson e falou sobre a possibilidade de Rodrigo enfrentar Frank Mir e de Anderson voltar contra Dan Henderson. Confira.
Como foi a emoção de ver o UFC de volta ao Brasil?
Foi muito prazeroso depois de 13 anos ver o Ultimate voltando para o Rio de Janeiro, aproveitando o momento que vai ter já Copa do Mundo, Olimpíadas... Eu fiquei muito satisfeito com a evolução do esporte, com o que é hoje em dia. No mesmo dia do Back to Black, que é um grande evento de música negra, um dos maiores festivais que acontece aqui, mas o Ultimate roubou a atenção. Foi realmente um puta show, e você vê a presença maciça de estrelas, empresários...
Você tinha seus atletas participando do evento, como o Anderson e o Minotauro, mas atuou como comentarista. Como conseguiu dividir as emoções?
Meu irmão, vou te falar que foi uma experiência terrível porque você fica na angústia. Eu estava um pouco preocupado porque eu já tinha atletas logo nas preliminares, um cara que merece e que estava esperando por essa oportunidade há muito tempo, como é o caso do Johnny Eduardo e o Luis Beição. Os dois perderam logo de cara. Depois ainda tinha no card principal a luta do Minotauro e, para fechar o card, o Anderson (risos)... Foi violento. Aquela tensão primeiramente por estar fazendo um evento, o primeiro UFC aqui no Rio e o primeiro aqui no Brasil, o primeiro pela Zuffa. Dá prazer de ver. Você mesmo que viveu isso com esses altos e baixos do MMA deve ter ficado feliz também com esse belíssimo show.
Com certeza... Deu para perceber o seu nervosismo na hora da luta do Minotauro, você mal falava durante a luta... Você esperava que a luta do Rodrigo contra o Schaub fosse ser como foi?
Olha, não exatamente. Não seria possível eu ter escrito esse script, mas sem dúvidas acabou da melhor maneira possível. Eu nunca questionei essa opção da luta terminar por nocaute. O Minotauro não veio 100%, ele veio 60%, se veio. Mas é um cara guerreiro para caramba. De qualquer forma está bem melhor do que antes da cirurgia. Ele é um cara que estava sentindo dores há três anos e meio, e agora ele está aí, está de volta com tudo e vai surpreender muita gente. É realmente um exemplo de superação.
Chegou a passar pela sua cabeça pedir que ele saísse da luta, temendo que ele não estivesse pronto para uma luta dessas?
Aquilo ali foi uma meta que ele traçou, quer dizer, todos nós... Eu conversei com a Ângela (Côrtes), que é essa fisioterapeuta, um anjo que caiu do céu nas mãos do Minotauro no momento que ele mais precisava. Foram 180 dias de intensa fisioterapia, mais de 800 horas de sessões. Eu perguntei o que ela achava, e ela falava ‘dá, vamos lá’. O Minotauro estava até meio reticente. A gente foi e meio que colocou pressão. A gente falou ‘vamos. É uma luta boa, vai lutar em casa’. Ele traçou essa meta e cumpriu rigorosamente, focou realmente nisso: na recuperação e nos treinos. Foram várias sessões porque ele sentiu dor. Sentiu dor, mas não como sentia antigamente. Ele era um cara que praticamente se arrastava, tinha dores há três anos e meio... Realmente não dá. Depois dessas três cirurgias e essa brilhante performance, eu acho que, daqui para frente, vai ser só alegria.
Qual foi a importância do camp que ele fez, só com atleta de pontas como o Anderson, Cigano, Feijão, Pezão, Jacaré? Você acha que isso fez com que ele chegasse pronto para esse desafio?
Isso daí é tudo. Hoje em dia caiu a ficha. O grande lance é o cross training. Ainda existe aquela barreira de um cara treinar em outra academia, podendo ser um adversário potencial, mas é muito importante você estar treinando com os melhores e, graças a Deus, o Minotauro é um cara super bem quisto, amado por todos. Não só idolatrado, mas como amado por todos e pode contar com essa equipe de campeões. Qualquer um vai querer ajudar o Minotauro em qualquer lugar do mundo.
Depois da luta, ele disse que tem vontade de voltar a lutar ainda esse ano, quem sabe em dezembro, e também comentou que gostaria de lutar com o Frank Mir. O que você acha disso? Vocês já conversaram com o UFC sobre a próxima luta do Rodrigo?
Não, ainda não. Eu acho que ele está agora em ascensão. Ele vai vir muito melhor para essa próxima luta, mas a gente ainda não estudou adversário. Realmente um cara que faz sentido seria o Frank Mir, porque é uma luta que faz sentido para o Rodrigo, pode ser bem promovida, já que o Frank Mir o venceu antes da reabilitação, então sem dúvidas é uma boa opção, mas nada foi cogitado ainda.
Sobre Anderson x Okami, como você viu mais esse atropelo do Spider?
Eu não esperava outra coisa. A gente estava com essa espinha aí atravessada. Eu que levei o Anderson para lutar no Rumble on the Rock e ele fez aquela luta, que foi mal explicada, houve um erro na comunicação e o Anderson pensou que valia pedalada e acabou sendo desclassificado. Eles deram cinco minutos para o Okami voltar e o Okami... Eu não quero dizer porque eu não sei o que se passou ali, mas ficou muito claro que ele não quis voltar, que ele jogou com as regras, porque estava tomando uma surra do Anderson e ficou. Eu não sei porque eu não falo japonês, mas eu senti o corner dele sinalizando para ele ficar ali duro porque seria a melhor estratégia, a única maneira de vencer aquela luta. Vejo que quando ele (Okami) ganha, ele fica rodando aquela espada de samurai... Se ele fosse samurai de verdade, ele teria voltado para essa luta.
É uma espinha que a gente tinha atravessada. Os promotores do evento tinham uma cláusula dizendo que, se o atleta fosse desclassificado, não receberia dinheiro, então a gente ainda teve que brigar pela grana e ainda saímos com a metade do dinheiro só, então realmente a gente estava com essa espinha atravessada na goela. O Anderson inclusive mandou um beijinho para mim depois, na hora que estavam levantando o braço dele (risos), porque a gente realmente tinha essa espinha atravessada. Sem tirar os méritos do Okami. O Okami é um lutador duríssimo, é um cara que é luta ruim para qualquer um, mas o Anderson fez uma ultrassonografia do Okami no primeiro round, mediu de todos os jeitos e, quando ligou o motor, foi aquilo mesmo. O Anderson é aquilo que eu esperava.
Surgiram rumores sobre uma possível luta entre o Anderson x Dan Henderson no evento da FOX, que foi negada pelo Dana White. Ontem falamos com membros da equipe do Dan Henderson e eles confirmaram que essa luta foi oferecida a ele, mas sem data definida. Qual é o próximo passo do Anderson?
O Anderson está aqui em Búzios, no descanso do guerreiro. Ele merece. Agora a gente não está pensando em nada. Ele vai dar uma relaxada porque merece. Depois desse show de primeira linha ele tem que dar uma descansada. É uma luta que faz sentido, mas ainda não tem nada em mente.
Anderson de volta só em dezembro ou em 2012, então?
Olha, nunca se sabe, rapaz. O Anderson tem impulsos e nós temos um patrão, que é o Dana White. A gente vê aí, tudo é possível.
Colaboração: Tatame
Foto: Extra
Colaboração: Tatame
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